sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

No Descanso do Silêncio



E quando chega a noite
ela fecha os olhos,
recolhe as palavras,
fica em silêncio,

entrega-se ao descanso;
viaja rumo aos sonhos,
para o espaço sideral
em uma nave espacial

ou, nas asas de um anjo,
na companhia de arcanjos;
colhe estrelas,
baila no céu

e, toca a lua...
No descanso do silêncio
viaja para versejar
com papel e caneta,

pega carona no cometa,
irradia luz pelo planeta...
Com papel e caneta
derrama sua poesia.


Ely Monteiro
Imagem: Google

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Marias IV



Lá vinha ela, Maria,
com jeito eufórico;
lá vinha ela, Maria, com seu andar desconcertado.
- Ei Maria, pra ondes vais? De onde vens?
E Maria respondeu-me: - Eu vou além,
eu vou ali, eu vim de lá,
a vida é dura, desatinou-se a falar;
- Eu me revolto, eu me entorto,
eu me estraçalho,
eu tiro a lata da cabeça, eu me refaço,
tenho revoltas e eu dou voltas, eu tenho fé,
tenho coragem, eu sou mulher,
sou mensageira, eu sou da luz, eu sou fagulha
no infinito, eu sou a águia no horizonte, o amanhecer
mais bonito, eu sou estrela, eu sou guerreira,
sou leoa feroz,  sou calmaria,
sou ventania, sou o relâmpago  veloz,
eu sou o mar,  eu sou as ondas, sou um navio mercante;
se a tempestade me desafia levo a embarcação
adiante, eu não afundo, eu ganho o mundo,
eu tenho amor e tenho paz...
E Maria se abaixou e a sua lata pegou,
num rebolado bonito a sua vida driblou;
então Maria se levantou e dessa vez bem mais forte...
Lá vai Maria, aqui e ali, ela está em toda parte...
Maria também é você que a poesia iluminou,
Maria é você que a poesia tocou...
Lá vai Maria, levando a lata sem desistir,
cantando alto, cantando forte, no seu caminho a seguir...
Mais uma vez me surpreendo ao encontrar Maria
e me despeço,
 ouvindo o ritmo da sua coragem e melodia:
- Lata d’água na cabeça, lá vai Maria!


Ely Monteiro
Imagem: Maria Lata D'água/Praça Generoso Marques, Curitiba-PR 

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Sob as Sombras Dessas Árvores



Sob as sombras dessas árvores
tenho sede, às vezes fome,
como o fruto de palavras,
mato a sede logo ali nas fontes, junto às árvores,
onde as águas são tão límpidas

e jorram sabedoria
que matam o meu desejo
de descobrir o segredo
desses homens e mulheres
que plantam árvores tais

e conservam águas limpas
nessa fonte que não seca jamais...
Como o fruto de palavras que brotam das árvores tais
onde a coruja abriga nos galhos e o uirapuru
todo dia encanta e entoa sabedoria;

meus olhos se encantam, pois nos galhos e nas flores
tem o nome de escritores
e, nos frutos e nas flores
escrito nome de poetas
cujo a imaginação prolifera frutos

na imensidão, gerando sementes
literárias no virar das sombras dos cantos,
dos frutos da imaginação...
Debaixo das árvores tais eu sento e descanso,
sorrindo, virando mais uma página do livro.


Ely Monteiro
Imagem: Google

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Amanheceu



Amanheceu e a luz do dia
agora é sua companhia,
amanheceu e o rei sol
quer te tirar dos seus lençóis,
amanheceu lá vem o dia
para te tirar a agonia;
esqueça a tristeza de ontem
hoje amanheceu e esse dia é seu,
joga para cima confete;
amanheceu celebre a vida

Ely monteiro
Imagem Google

Conversando com meu Anjo



Eu disse ao anjo que veio me visitar 
que ao seu encontro ele podia voar,
eu disse ao anjo ,que tentei enxugar 
as suas lágrimas...
As minhas mãos
não alcançam o teu rosto
e a tua a dor refletiu aqui em mim,
preocupação sem fim.
Eu disse ao anjo para cuidar
dos meus irmãos e amigos
e que de presentes no lugar
das lágrimas;
sorrisos
e, quando anjo me disse sim,
meu corpo e alma
iluminaram
e a paz transformou a minha aura.

Ely Monteiro

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Moradas de Escritores e Poetas



As ruas onde moram os escritores e poetas
tem caminhos de flores,
os vento que ventam por lá
são suaves e cheios de inspirações;
invadem seus pensamentos e enlevam seus corações...
Onde moram os escritores caem chuvas de palavras,
os redemoinhos são de sonetos, os relâmpagos de contos...
Quando acordam na madrugada
tem janelas abertas para verem a lua cheia,
musa prateada que brilha no céu
que vira poesias e historias
derramadas no papel.
As ruas onde moram os escritores e poetas
são coloridas e às vezes acinzentadas 
suas mentes decoradas com letras esparramadas...
As casa dos escritores e poetas
tem escada que sobem ao céu,
de lá, escrevem sobre os anjos e os mistérios dos querubins,
planetas e universos, astros e constelações...
Na casa dos escritores e poetas
tem suplicas e orações,
os jardim floridos tem orquídeas e açucenas,
mandacarus e hortaliças,
jabuticabeiras repletas beija-flores,
tem borboletas, corujas que piam,
sabedoria nascendo em flor...
Na morada dos escritores e poetas
tem fontes literárias que deságuam
em suas almas e mãos que registram nas folhas
palavras e sonhos e suas criações.


Ely Monteiro
Imagem: Google

No balanço do tempo sonhos de adolescentes



E os olhos da poetisa veem
a menina que sonha,
a menina que viaja além do infinito...
A menina que ama os livros,
a menina que ri e que chora
e, no balanço do tempos, dos ventos
e das horas;
continua acreditando na vida
e, apesar das dores e feridas
acredita nos sonhos
e na força do amor.


Ely Monteiro
Imagem Google

Dans le reste du temps les rêves des adolescents 

Et les yeux du poète voir 
la jeune fille rêvant, 
la jeune fille qui se déplace au-delà de l'infini ... 
La jeune fille qui aime les livres, 
la jeune fille riant et pleurant 
et dans l'équilibre du temps, les vents 
et des heures; 
continue à croire en la vie 
et, malgré la douleur et les blessures 
croire dans les rêves 
et la puissance de l'amour.

Tradução: Mourad Madi

Semente do amor



Sangraram-me as mãos os espinhos
do jardim que cultivei no caminho,
os pulgões atacaram o canteiro
que cultivei de janeiro a janeiro,
morreu o jardim e com eles as esperanças;
chorei feito criança
mas, por força divina
encontrei o jardineiro
que junto a mim lançou a semente.
Não me sangram mais os espinhos,
deleito-me de felicidade quando me chama de
açucena... Eu sou agora sua flor morena
na essência desse sentimento verdadeiro;
o meu coração jubila de amor
pelo jardineiro.

Ely Monteiro
Imagem Google

Borboletas em mim



E quando a poesia toca-me o coração,
fico assim com borboletas nas mãos...
Mãos frenéticas, tenho pressa.

Voo entre linhas
com borboletas que me invadem...
Voos livres e leves.

Voo de realidade e sonhos,
Voo com borboletas brancas
que bailam junto ao vento e encantam.

E eu suspiro de contentamento
nesse versejar de borboletas ao vento,
quando dos teus olhos eu ganho...
o brilho ao ler os versos meus.

Ely Monteiro
Imagem Google