quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Palavras Espalhadas



Eu tenho na cabeça
mil flores, mil cores,
tenho também milhões
de palavras espalhadas;
sentada na mesa de canto
por dom, destino e encanto,
escrevo sem medo,
fico assim meio boba
quando seus olhos
leem meus textos
e, você balança a cabeça
num gesto satisfeito;
estão seus olhos e os meus,
se encontram e eu sem resistir
me perco e me acho em ti.

Ely Monteiro
Imagem: Google

De Quando me Encaixo no Teu Abraço



E eu vou chegando de mansinho
e me encaixo...
No melhor lugar do mundo,
teu abraço...
Sim, no teu abraço me abrigo.
E tudo fica sereno e lindo.
No teu abraço aqueço-me e
alimento nosso amor!

Ely Monteiro
Imagem Google

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

No Balanço



No balanço
Lindos
Livros
Lidos

No balanço
Palavras
Perfeitas
Poesias

No balanço
Ele
Eu
Enamorados

No balanço
Sorrisos
Sublimes
Sonhos

No balanço
Bocas
Beijos
Balançados

Ely Monteiro

Imagem: Google

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Guga



Eu vejo o menino que tem um mundo diferente,
eu vejo o menino que deixa lembranças
do passado...
Eu vejo as esculturas de argila moldadas pelas mãos do menino,
eu vejo os desenhos rabiscados nas paredes
que nunca foram apagados
mas, nas paredes do quarto pintado
eu vejo o menino andar na floresta
e, junto ao rio fazer uma festa,
eu vejo menino que amava jogar bola
correndo livre sem pedir esmolas,
eu vejo o menino que canta e dança escondido,
eu vejo os teus passos pisados nas ruas
de paralelepípedos,
eu vejo os olhos tristonhos espelhar
saudades.
Mas vence agora a felicidade,
Guga abre um sorriso lindo,
pois, carrega na alma tesouro escondido,
bondade de um anjo,
amor sem igual, promessas ocultas;
faz-te especial!
Vai Guga, pode sorrir, o bem existe
dentro de ti;
hoje me lembrei da tua infância,
agora já é grande, mas para mim é eterna criança.
Não posso cantar para te fazer dormir
mas, elevo orações para te ver sorrir,
menino arteiro continue a desenhar
levando cores e alegrias por onde
passar.
Não te esqueça de levar os pincéis e as telas,
pinte as vidas cinzentas com as cores mais belas,
espalhe as cores da tua aquarela.


Ely Monteiro

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Marias III



Maria, Maria... O que queres nesse dia?
Por que tanta inquietação, suspiro e lamentação?
Está andando tão depressa,
essa lata não te pesa?
E Maria esbravejando e se sentou
 a beira do caminho, chorando.
A lata está pesada, fardo pesado de tanta gente,
minha mãe esta doente, tio Zezinho descontente,
minha vizinha o pé quebrou e a comida acabou,
o dinheiro ninguém viu,
minha tia em depressão, eu em busca de um tostão;
o meu chão de mim roubaram,
minha bolsa assaltaram,
minha boca até calaram,
a mentira está a solta
e, eu vou perdendo as roupas
 sem nenhuma compaixão;
idolatram o estrangeiro e abominam o cidadão
 brasileiro que trabalha o dia inteiro.
Gemem os filhos desta terra, que era antes mãe gentil,
onde se afagarão os lamentos dos teus filhos, oh Brasil?
E Maria ia levando a lata na cabeça, ela ia se arrastando
e, eu ali, vi Maria partindo, suas lágrimas enxugando;
corri e gritei a Maria: - O que te mantem de pé?
Ela fez um sinal para os céu e disse:
- Oração perseverança e fé!
E lá se foi Maria e com ela outras mil...
Quantas Marias têm espalhadas na nossa pátria amada Brasil?


Ely Monteiro
Imagem: Cândido Portinari

domingo, 11 de janeiro de 2015

Cobriu-me a Noite



Cobriu-me a noite;
subi junto aos degraus
das horas,
cobriu-me a noite;
virei um turbilhão
de histórias,
estou nas alturas
e me banho na luz
da lua.

Cobriu-me a noite;
fechei o guarda-chuva
da ignorância,
quero me banhar no
clarão dos astros
e, das gotas de fé
e perseverança.

Cobriu-me a noite;
porque do dia
vou me despedindo
e, ao chegar da escuridão
cobriu-me a noite
e a inspiração
com um manto de estrelas.


Ely Monteiro
Imagem: Google

Corpo de Papel



E nesse corpo de papel eu visto roupas
de letras
e, a minha agulha é a caneta;
os ajustes são feitos
com linhas de poesias, carretel de versos,
tecidos de sonetos inversos;
nesse corpo de papel eu visto com pedrarias místicas
túnicas bordadas com sabedoria,
fantasias de alguma alegoria;
nesse corpo de papel eu visto e,
dou a ele roupa de astronauta que com espaçonave
de letras, explora estrelas e outros planetas;
nesse corpo de papel eu visto roupas de um ser comum
que pela luta diária esquece-se das preces e do jejum;
nesse corpo de papel eu visto roupas de humildade e de amor
que caem como uma luva, definindo as curvas;
nesse corpo de papel eu junto as palavras
em cima da escrivaninha deixadas  pelos escritores e poetas
que vestirão o corpo de uma poesia na pagina virada.


Ely Monteiro
Imagem: Emma Hack

sábado, 10 de janeiro de 2015

Gotas de Poesia



Eu vi gotas de poesia juntando-se
então eu mergulhei em um
oceano de palavras.
A imaginação e a inspiração, deixam
as minhas mãos frenéticas.
Por isso metade de mim é poesia.

Ely Monteiro

Gouttes de Poésie

J' ai vu des gouttes de poésie se rejoindre puis
j'ai plongé dans un
océan de mots.
L'imagination et l'inspiration, quittent
mes mains frénétique.
Donc, la moitié de moi est la poésie.

Ely Monteiro

Tradução de Mourad Madi

Da Nossa Semente



Você sorri e diz que da semente
que semeamos juntos,
nasceram as mais perfumadas
flores,
o canto dos pássaros mais belos,
o fruto mais doce,
o vento suave,
a chuva serena,
a árvore frutífera,
as estrelas reluzentes,
a lua mais bela,
os dias e as noites
mais bonitas,
os sonhos mais doces,
a dor aliviada,
a lágrima enxugada,
os sorrisos mais bonitos,
o sentimento verdadeiro.
Você se aconchega no meu ombro
e diz que semeamos a
linda semente do amor
que agora floresce e reflete
em nós.

Ely Monteiro
Imagem: Google

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

A Libélula e o Lírio da Chuva



Olhando a libélula que a chuva molhava
vi também abrigado junto da árvore
um lírio que por ela clamava.

Pedia à chuva que passasse depressa
e a libélula a ele fez promessa
que mesmo antes da chuva passar

voaria para ele, e sem explicar
tocaria seus lábios, extraindo
o néctar que ele guardava...

E a libélula então até ele voou
rendendo-se
ao néctar do lírio de amor...

Os olhos que os veem não conseguem acreditar,
como pode a libélula um lírio amar;
coisas do amor jamais explicadas,

o amor; sentimento que habita as moradas...
A libélula no ar e o lírio no chão
emanando a pureza de uma paixão.


Ely Monteiro

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

O Poder das Mãos



Numa tarde ensolarada de quinta feira, 
estava eu lá, tendo o privilégio de conversar com a dona Josefa;
uma senhora amiga de 86 anos de idade, apesar de seu corpo está frágil devido seus problemas de saúde, dona Josefa tem uma cabeça lúcida. Imaginei-me aos 86 anos. Como seria meu futuro?
Mas, continuando...
Naquela tarde, aquela conversa foi ficando cada vez mais agradável;
ela me falou do seu tempo de menina, de quando se casou, E da maneira que educara a sua família. Dona Josefa, cozinheira de mão cheia, me contou alguns segredos do mundo fantástico da culinária;
estendeu para mim um caderninho de receitas onde havia segredinhos e receitinhas do tempo da vovó, 
e folhando o caderno com muita atenção, eu disse: - Que poder temos nas mãos!
Dona Josefa sorriu de repente e me disse: - Filha, agora fiquei contente, pois, suas palavras me fizeram lembrar de um escritor que a muito tempo, fez um poema que ao ler fiquei feliz, ele, por meio do texto, falava, que o poder na mão estava.
Eu radiante e ansiosa disse: - Dona Josefa, recita para mim o poema.
Ela disse um pouco cansada: - Não me lembro quase nada, 
eu só sei que ele dizia que com as mãos podemos criar.
Continuemos o poema; e a dona Josefa com a voz trêmula, começou a falar: - Eu só sei que mãos são para o afeto, que acaricia desde os meus filhos até meus bisnetos!
E eu sorrindo baixinho, completei o poema depressa, como alguém que tem pressa, para o encanto não acabar: 
- Mãos que criam, mãos que iluminam,
mãos que exaltam, mãos que abatem,
mãos que no papel expressam maravilhas da terra e do céu,
mãos que podem levar para o inferno ou para os céus
e, entre milhares de palavras, ficamos ali criando versos e mais versos.
Na tarde de quinta, tarde de encantos;
falamos das mãos que tem milhões de funções e, chegamos a conclusão, lembrando do escritor, que se perdeu no tempo
mas, na cabeça da dona Josefa vinham a tona lembranças daquele tempo...
Pode passar o tempo e as coisas mudarem de lugar, mas, sempre haverão mãos para ferir e para curar.


Ely Monteiro
Imagem: Google

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Dentro do Teu Abraço




Dentro do teu abraço chamego,
sinto o sossego...
Sim dentro do teu abraço, me acho no melhor
lugar do Universo,
e entre prosas e versos...
Declaro meus sentimentos...
Mas na realidade, júbilo de felicidade
por ser reciproco esse amor!

Ely Monteiro
Imagem: Google


Votre intérieur Câlin

Il ne peut être considéré comme normal
par conséquent, ne ont pas les bras,
Je ai aussi des ailes
et bien que pas papillon ou une fée,
verser sur les lettres de papier, je griffonne
plume de vols qui font
avec la poésie.


Tradução de Mourad Madi

Junto à Poesia




Talvez não seja considerada normal
pois, não tenho só braços,
também tenho asas
e mesmo não sendo borboleta ou fada,
derramo no papel letras, que rabisquei
de caneta dos voos que faço
junto à poesia.

Ely Monteiro

Sou...



Sou ...
Poesia
Pássaros
Palavras
Sou ...
Raio
Raiz
Revoada
Sou...
Voo
Voz
Versos
Sou ...
Música
Melodia
Milagre
Sou...
Açucena
Amor
Amizade
Sou ...
Livro
Literatura
Liberdade

Ely Monteiro
Imagem:Google